Como investir no exterior?
Diversificar investimentos, buscar maiores retornos, planejar uma viagem, garantir uma aposentadoria tranquila ou proteger seu patrimônio em moeda forte. Esses são apenas alguns dos motivos que têm levado um número crescente de brasileiros a explorar as oportunidades de investimento no exterior. Neste artigo, vamos abordar as principais vantagens, como investir, e o que você precisa saber para começar a investir fora do Brasil.
Capítulo 1: Vantagens de investir no exterior
Investir no exterior oferece diversas vantagens. Além de expor seu capital a moedas fortes como o dólar ou o euro, você terá acesso a uma maior diversidade de ativos e um ambiente mais competitivo e seguro. Com um portfólio internacional, o investidor pode minimizar riscos, equilibrar perdas locais e potencializar seus rendimentos em mercados globais.
Uma das principais razões para investir fora do país é a preservação do poder de compra. O real é altamente suscetível a flutuações decorrentes de crises políticas e econômicas, tanto internas quanto externas. Nessas situações, a moeda brasileira tende a desvalorizar, o que pode corroer o valor do seu patrimônio. Investir em ativos atrelados a moedas fortes oferece uma proteção eficaz contra essa volatilidade.
Diversificação internacional
No Brasil, a quantidade de empresas disponíveis para investir é limitada. A B3, nossa bolsa de valores, possui apenas cerca de 1% das companhias globais listadas. Em contrapartida, as bolsas americanas oferecem mais de 5.000 opções, abrangendo diversos setores e regiões do mundo. Isso significa que o investidor com uma conta internacional pode acessar uma gama mais ampla de oportunidades de investimento, incluindo gigantes da tecnologia, consumo, saúde e energia, que são mal representados no mercado local.
Proteção contra instabilidade econômica
A economia brasileira, embora mais estável do que nas décadas passadas, ainda enfrenta desafios, como a volta da inflação e a instabilidade política. Investir no exterior, especialmente em países com economias mais consolidadas, oferece uma segurança adicional para o investidor, protegendo seu patrimônio contra possíveis crises internas.
Capítulo 2: Como começar a investir no exterior
Embora investir no exterior fosse visto como algo complicado e reservado para grandes fortunas, isso mudou nos últimos anos. Com a popularização das contas internacionais oferecidas por corretoras brasileiras, o processo se tornou acessível e descomplicado.
Existem basicamente duas maneiras de investir fora do Brasil: diretamente, por meio de uma conta internacional, ou indiretamente, por meio de BDRs e ETFs listados na B3. Neste artigo, vamos focar na opção da conta internacional, que permite ao investidor negociar diretamente ativos estrangeiros, como ações, títulos e fundos.
Capítulo 3: Principais produtos para investir no exterior
Bonds
São títulos de dívida emitidos por empresas ou governos para captar recursos. Ao investir em bonds, você está emprestando dinheiro para o emissor, que se compromete a devolver o valor com juros após um período determinado.
Bonds internacionais podem oferecer rendimentos mais atrativos e estabilidade em moedas fortes como o dólar ou o euro, sendo uma ótima alternativa para quem busca segurança em mercados globais.
REITs (Real Estate Investment Trusts)
São fundos imobiliários que permitem ao investidor aplicar em grandes portfólios de imóveis comerciais, como shopping centers, escritórios, hospitais e armazéns.
Nos Estados Unidos, os REITs são muito populares, pois além de permitirem exposição ao mercado imobiliário, oferecem isenção de impostos sobre os dividendos pagos, desde que uma porcentagem significativa dos lucros seja distribuída aos acionistas.
Ações globais
Investir em ações globais significa adquirir participações em empresas listadas nas principais bolsas de valores internacionais, como a Nasdaq e a NYSE.
Isso possibilita investir em grandes corporações, como Apple, Google, e Microsoft, além de empresas de diferentes setores e geografias. Essa diversificação reduz a exposição a riscos econômicos de um único país.
ADRs (American Depositary Receipts)
São certificados emitidos por bancos americanos que representam ações de empresas estrangeiras. Por meio dos ADRs, é possível investir em ações de empresas fora dos EUA sem precisar abrir uma conta em uma corretora internacional. Eles são negociados em bolsas americanas, facilitando o acesso a empresas globais com a comodidade de transações no mercado americano.
ETFs (Exchange Traded Funds) listados no exterior
ETFs são fundos que replicam o desempenho de um índice de mercado, como o S&P 500 ou o MSCI World. Ao investir em um ETF listado no exterior, o investidor tem a vantagem de diversificar sua carteira globalmente de forma prática e com baixos custos. Esses fundos podem incluir ações, commodities, bonds e outros ativos, proporcionando uma ampla exposição aos mercados internacionais com um único investimento.
Capítulo 4: Abrindo uma conta internacional
Hoje em dia, muitas corretoras no Brasil facilitam a abertura de contas internacionais. O processo é simples e, em alguns casos, pode ser feito diretamente pelos aplicativos das corretoras, sem a necessidade de pagamento de taxas iniciais. Uma alternativa é abrir uma conta diretamente em uma corretora estrangeira, o que pode envolver um pouco mais de burocracia, como a apresentação de documentos, mas pode oferecer vantagens como taxas menores e uma maior diversidade de produtos financeiros.
Custos e tributação
Investir no exterior também envolve custos, como tarifas de corretagem, custódia e remessas internacionais. As taxas de câmbio aplicadas pelas corretoras também podem impactar os resultados. É importante avaliar esses custos para garantir que o investimento no exterior seja vantajoso.
Além disso, é fundamental estar atento às obrigações fiscais. Investidores que mantêm mais de US$ 100 mil fora do Brasil devem declarar esses ativos à Receita Federal e ao Banco Central. Os ganhos obtidos no exterior estão sujeitos à tributação no Brasil, de acordo com as regras do Imposto de Renda, e é necessário realizar o recolhimento mensal dos impostos por meio de uma Darf.
Conclusão
Investir no exterior não é mais um privilégio reservado para poucos. Com as corretoras facilitando o acesso a contas internacionais e a possibilidade de investir em uma ampla gama de ativos globais, diversificar sua carteira com investimentos fora do Brasil pode ser um passo importante para alcançar maior segurança financeira e aumentar seus rendimentos a longo prazo.
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